segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Éolo & Lestrigões

NO CORAÇÃO DA METRÓPOLE HIBÉRNICA

Diante da coluna de Nelson bondes ralentavam, trocavam trilhos, mudavam troles, partiam para Blackrock, Kingstown e Dalkey, Clonskea, Rathgar e Terenure, parque de Palmerston e Upper Rathmines, Sandymount Green, Rathmines, Ringsend e a torre de Sandymount, Harold’s Cross. O controlador da Dublin United Tramway Company urrava rouco suas saídas:

– Rathgar e Terenure!

– Embarque, Sandymount Green!

À direita e à esquerda paralelos repicando ressoando um chopeduplo e um convencional partiam de seus terminais, dobravam para a linha que descia, deslizavam paralelos.

– Partida, parque de Palmerston!

O PORTADOR DA COROA

Sob o portal do escritório geral dos correios engraxates clamavam e poliam. Estacionados na rua North Prince os carros cinabrinos do correio de Sua Majestade, levando em seus flancos o monograma real, E. R., recebiam arremessadas com estrépito sacas de cartas, cartõespostais, cartões, embrulhos, segurados e pagos, para entrega local, provincial, britânica e transoceânica.

CAVALHEIROS DA IMPRENSA

Rudebotas de carrinhadores rolavam barris baqueocantes dos depósitos Prince e os largavam sobre a carreta da cervejaria. Sobre a carreta da cervejaria largavam-se baqueocantes barris rolados por Rudebotas de carrinhadores dos depósitos Prince.

– Está aí, Rufo Murray disse. Alexander Shawes.

– Só recorte para mim, está bem? o senhor Bloom disse, que eu vou levar até o escritório do Telegraph.

A porta do escritório de Rutledge rangeu de novo. Davy Stephens, sumido em um grande capeirão, chapelinho de feltro coroando seus cachos, passou com um rolo de papéis sob a capa, um mensageiro do rei.

A longa cisalha de Rufo Murray retiraram a fatia do anúncio do jornal em quatro talhes limpos. Tesoura e cola.

– Eu vou passar pelas rotativas, o senhor Bloom disse, apanhando o quadrado cortado.

– É claro que se ele quiser um entrefilete, Rufo Murray disse francamente, caneta atrás da orelha, nós podemos fazer um para ele.

– Certo, o senhor Bloom disse com um aceno de cabeça. Eu vou frisar isso.

Nós.

WILLIAM BRAYDEN, ESQUIRE, DE OAKLANDS, SANDYMOUNT

Rufo Murray tocou o braço do senhor Bloom com a cisalha […] (7. 0-40)

Ele atravessou na esquina da rua Nassau e deteve-se diante da vitrine da Yeates and Son, avaliando os binóculos. Ou será que eu vou dar uma passada no velho Harri e trocar uma palavrinha com o jovem Sinclair? Sujeito de bonsmodos. Provavelmente está no almoço. (551-4)

Vozes altas. Seda solquente. Arreios tinindo. Tudo por uma mulher, o lar e as casas, teias de seda, prata, ricos frutos picantes de Jaffa. Agentah Netaim. Riqueza do mundo.

Quente maciez humana acomodou-se em seu cérebro. Que cedeu. Perfumes de abraços o todo assaltaram. Com carne faminta, obscuro, mudo sequiava adorar.

Rua Duke. Chegamos. Tenho de comer. O Burton. Me sentir melhor depois. (634-9)

Vinho molhava macio rolava miolo de pão de mostarda um momento insípido queijo. É um bom vinho. Estou sentindo melhor o gosto porque não estou com sede. O banho é claro faz isso. Uma mordida só ou duas. Depois lá pelas seis eu posso. Seis, seis. O tempo já vai ter passado então. Ela... (850-3)

- Ah, senhor Bloom, como vai?

- Ah, como vai, senhora Breen?

- E o que é que eu ganho reclamando? Como vai indo a Molly? Faa décadas que a gente não se vê.

- Supimpa, o senhor Bloom disse alegre, a Milly arrumou um emprego lá em Mullingar, sabia?

- Não me diga! Mas não é uma maravilha?

- É, com um fotógrafo. Avançando que nem fogo morro acima. E como anda a vida?

- Ainda na lista do padeiro, a senhora Breen disse.

Quantos ela tem? Nenhum mais à vista.

- Mas o senhor está de preto. Não seria um...

- Não, o senhor Bloom disse. Eu acabei de voltar de um enterro.

Isso vai render o dia todo, pelo que eu posso prever. Quem morreu, quando e de que ele morreu? O tempo todo igual moedinha miúda.

- Ai, Jesus, a senhora Breen disse. Espero que não seja alguém muito chegado.

Também podia deixá-la com pena.

- Dignam, o senhor Bloom disse. Um velho amigo meu. Morreu bem de repente, o coitado. Problema de coração, eu acho. O enterro foi hoje de manhã.

Teu enterro é amanhã

E tu caminhas pelo campo.

Lairiráiri damdam

Lairiráiri...

– Triste perder os velhos amigos, os feminolhos da senhora Breen disseram melancolicamente.

Agora já é o bastante desse assunto. Apenas: com suavidade: marido.

- E o seu mestre e senhor? (202-27)

Eu estou procurando aquilo. Isso, aquilo. Tente todos os bolsos. Lenç. Freeman. Onde foi que eu? Ah, sim. Calças. Batata. Bolsa. Onde?

Pressa. Ande devagar. Momento a mais. Meu coração.

Sua mão procurando o onde foi que eu pus encontrou no bolso do quadril sabonete loção tenho de buscar papel grudado tépido. Ah, sabonete aqui eu isso. Portão.

Salvo. (1188-93)

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